Elevador da Glória: Câmara de Lisboa quer criar “fundo de apoio às vítimas”

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) quer criar um “fundo de apoio municipal às vítimas” do acidente do elevador da Glória. Esta é uma das propostas que a coligação PSD/CDS levou para a reunião desta segunda-feira na câmara, em linha com o que o PS tinha também proposto, revelou o vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia.
À entrada para a reunião, o autarca disse ainda que em cima da mesa está “uma homenagem e reconhecimento” do guarda-freio, André Marques, que morreu na sequência do acidente. “Propomos a atribuição do nome de uma rua e a criação de um memorial coletivo”, adiantou.
“Parece-nos também muito importante a questão da informação: criar um portal de transparência onde possamos disponibilizar toda a informação e documentos que são solicitados”, indicou também Anacoreta Correia.
Na perspectiva de uma avaliação para o futuro, acrescentou ainda o autarca centrista, o executivo propõe a constituição de uma equipa “para a conceção de um novo sistema tecnológico deste elevador, envolvendo, se possível, a Ordem dos Engenheiros e o LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] (…) para dar garantias inequívocas de segurança”.
Além de todos os membros do executivo municipal, está presente na reunião desta segunda-feira o presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas.
O descarrilamento do elevador da Glória, na passada quarta-feira, causou a morte a 16 pessoas, cinco das quais de nacionalidade portuguesa, e 22 feridos. O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de 276 metros e é muito procurado por turistas.
Carlos Moedas, presidente da autarquia e recandidato nas eleições de 12 de outubro, garantiu no domingo que se demite de funções se alguém provar que o acidente decorreu de um erro da sua responsabilidade.
“Nesta tragédia não há nenhum erro que possa ser imputado a uma decisão do presidente da Câmara. Se alguém provar que alguma ação que eu tenha tido, algo que eu tenha feito como Presidente da Câmara em relação a esta empresa [Carris] levou a que esta empresa não gastasse o suficiente em manutenção, que esta empresa não fizesse aquilo que tinha que fazer, eu demito-me no dia”, disse em entrevista à SIC Notícias.
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